quinta-feira, 16 de julho de 2009
Intervenções perigosas!
Estou um tanto preocupado com o auxílio americano a Colômbia de Uribe. Não é de hoje que essa boa fé americana assusta muitos como eu, com algum apredizado acerca da história da América Latina.
A CIA, inteligência americana, agiu durante a segunda metade do século XX com extrema estratégia, e proporcionou a tomada do poder por militares em vários países latinos, como Argentina, Chile e Brasil. Forneceu armas, treinamentos e tudo o que necessitava para tiranos como Pinochet, Médici entre outros que subjulgaram nossa terra e nossa gente. Em troca, além dos ganhos militares, tiveram grandes ganhos ideológicos da consolidação do regime capitalista frente ao socialista. Quando não foi mais necessário esse controle extremo, "liberaram" os países. Esqueçamos por um momento o Consenso de Washington, e nos concentremos nesse pacto com a Colômbia.
A situação da Colômbia a muito não é das melhores. Os conflitos populares se baseiam em três pontas fortes, se assim podemos chamar. De um lado, está o governo Colombiano, chefiado Por Álvaro Uribe, um político de direita, com algum cunho autoritário demagógico. De outro, estão as FARCS (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que de revolucionárias têm muito pouco, e conseguem consquistar uma boa parcela populacional. Por fim, estão os cidadãos médios, de pouca influência política, grandes dificuldades financeiras, e de pouquissima qualidade de vida, excetuando as elites do país que coloco no primeiro grupo, junto a Uribe.
O governo americano têm grandes interesses em aliados na América do Sul, já que de uns anos pra cá formou-se um campo de resistência, mesmo que frágil, ao sistema americano. Outro ponto é que as guerras americanas estão acabando, e precisam gastar algumas armas, seja internamente, por um financiamento a um governo militar de direita, ou por um combate ás empreitadas bolivianas e venezuelanas, seguidas dos governos ditos de esquerda, ou populares.
Torço para que o novo governo Obama seja mesmo diferente, mas não sei se tem força suficiente para segurar a fome da secular indústria armamentista americana, e sua necessidade de conflito.
Os tempos de hoje não demonstram uma possibilidade de ditadura como as que ocorreram no passado recente, vide o caso de Honduras e sua repercusão mundial. Mas não duvido de nada, e me preocupo.
Tempos turbulentos são avistados do alto do mastro da embarcação latino-americana.
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Texto muito bem escrito. Engrçado, ninguém chama Uribe de ditador, mesmo ele também lançando mão das reeleições subsequentes. Alá Dualib
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