terça-feira, 21 de julho de 2009

Problemas Midiáticos

A imprensa livre, tão requisitada para uma democracia, a muito não existe no mundo. Sim, todos têm direito de expressar suas opiniões, e igualmente têm o direito de veicular noticias, no entanto, com a chegada das novas formas de informação de massa - basicamente o rádio e a televisão - os direitos de sinais cedidos pelo Governo e pela União acabam por controlar essa "livre" expressão. As noticias veiculadas estão em uma lógica sintomática. Todas as redes de televisão tratam dos mesmos temas da mesma maneira. Os interesses são garantidos pelo oligopólio midiático. Muitas coisas acontecem, poucas são ditas.
Noticias políticas são tratadas em meios a problemas judiciais. Não debatem o interesse da reforma política, as ideologias. Como não se debate as diretrizes do governo. Pouca opinião e muitos B.O's abertos no congresso. Noticias como a do Senador José Sarney, ou do envolvimento do Grupo Opportunity, passam nos telejornais como notícias políticas, apenas pela participação de políticos nas faucatruas, sendo que notícias políticas dependem de análise de conjuntura, de ações governamentais, de debate sobre rumos e projetos. Todas esses pontos deveriam ser debatidos, e informar a população. O que não ocorre.
Com essa realidade, pouco informa-se sobre os rumos do país. Notícias policiais como as acima devem sim ser veiculadas, mas não podemos deixar de exprimir as opiniões e análise sobre os rumos. Dificulta assim, o trabalho de muitos (sociólogos, economistas, biólogos, entre outros), e a compreensão de milhões sobre os rumos do Brasil, pior, causa apenas um marasmo e uma descrença já formada pelos cidadãos acerca de seus políticos e seu país

Vamos organizar um pouco o que foi dito até aqui.

Primeiro, os sinais são controlados impedindo a livre comunicação, e a variedade de opiniões. Segundo, a internet não foi citada, por se tratar ainda hoje de um instrumento recluso a poucos e muito variado em sua função, podendo servir de informação, passatempo ou ferramenta da alienação pelo próprio indivíduo, isto é por escolha própria, o que não ocorre com meios como a televisão e o rádio. Obviamente a internet modifica e modificou muito a circulação de notícias, e tem, além do mais, um futuro muito próspero na sua divulgação e de materiais artísticos, debates de qualidade, entre outros. Mas ainda não alcança o patamar de audiência das outras formas de mídia.
Terceiro, a organização das notícias em telejornais, ou radio jornais é má (ou bem, depende dos interesses!) elaborada. O tempo dos jornais são curtos, e todas as emissoras trabalham com as mesmas notícias, muitas vezes as mesmas desnutridas imagens e opiniões. Quarto, o interesse das emissoras e grandes grupos empresariais estão claros, a alteração de imagens e falas para angariar audiência e fundos simplesmente, esquecendo da função básica da mídia, e do seu Ethos fundamental.
Quinto, os filmes escolhidos pelas redes de televisão seguem os interesses de audiência e lucro. Pouco reflexivos, e de cunho - em sua grande maioria - de entreterimento. Não digo que não deva existir esses filmes na televisão, mas ou dão a possibilidade de passarmos filmes inteligentes, de grande expressão artística, através da liberalização de sinais para a criação de canais por grupos interessados (e não faltam!), ou passem, pelo menos, nos próprios canais já existentes.
Sendo assim, acho muito valorativo as discussões sobre mídia livre, e a iniciativa de alguns poucos em produzir jornais a duras penas, e distribuir propondo uma nova forma de fazer jornalismo. Mas o que não pode se perder é a luta por uma mídia democrática, livre e de qualidade, que discuta temas de interesse público, e permita, pela diversidade de canais e ideologias, novas opiniões.
Pouco terá influência esse post, perto de debates que poderiam ocorrer na grande mídia. Sintoma da importância de veículos gigantes melhorarem sua programação.

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