terça-feira, 6 de outubro de 2009

Água de Beber!

Eu quis amar mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração

Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim

A vida é fluida, em cada canto tem um grão de areia para fazer cócegas nos nossos pés, mas apenas se andarmos descalços, propositalmente desprotegidos. Dificil é meter a cara nessa vida, pular de cabeça numa piscina sem água, muitos de nós temos evitado os contatos a primeira instância, estamos "cabreiros", pudera, tomamos porrada a torto e a direita. Somos acovardados pelos pais, saqueados pelos governantes, traídos por falsos amigos, assaltados por seres como nós, vitimas de preconceito por muitos. Quando acordamos de cara pro vento entra poeira nos olhos e choramos. Todas essas ocorrências em nossas vidas nos tornam receosos, duros...e tristes.
A pouco era livre, desabrochado para receber todos os animais que vinham exalar meu perfume. Era feliz, mas fiquei triste. Muitos socos. Luto constantemente contra esse endurecimento, e ainda acordo disposto por vezes. O problema é que logo tomo outra, e decaio. Por que os seres têm que ser assim? Por que tenho que ser assim? Não tenho, mas tantos me tocam e me machucam que não sei quando beberei a água sem medo de coliformes fecais.
O lúdico dessa situação é que nunca me importei com a saúde, e apenas com a satisfação, mas de um tempo pra cá, tenho medo de me machucar e machucar os outros, que como já fiz, se jogam na vida. O lúdico e o trágico.
Novamente tomo uma decisão instantânea, abrir todos os meus poros, e beber a água, água fluida, que é a vida. Qualquer coisa passo Gelol que passa!

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